Bruce Willis pode voltar a atuar graças a uma tecnologia de deepfake


Bruce Willis é um dos grandes nomes de Hollywood, mas, neste ano, teve que se afastar de sua carreira. Motivo: o ator sofre de afasia, distúrbio que prejudica habilidades cognitivas. Porém, há uma chance de ele voltar às telas, com a ajuda da tecnologia. Willis teria vendido seus direitos a uma empresa que cria “gêmeos digitais” a partir de deepfakes.

Deepfake de Bruce Willis em comercial russo (imagem: reprodução/YouTube)

Para quem está por fora do assunto, deepfake é uma técnica que usa aprendizagem profunda para manipular declarações e expressões de uma pessoa em vídeos.

Do ponto de vista tecnológico, a ideia é fascinante. O problema é que deepfakes vêm sendo usados para atribuir falas falsas a políticos, atores e outras personalidades. Via de regra, essas ações visam distorcer fatos, gerar constrangimento ou causar conflitos.

Mas o caso de Bruce Willis mostra que a tecnologia de deepfake pode ser usada para fins mais nobres.

A afasia é uma condição que compromete a linguagem falada, logo, o ator tem dificuldades para se expressar. Isso o impede de continuar exercendo a profissão que o tornou tão famoso.

Neste ponto, você já deve ter entendido como os deepfakes podem ser úteis. A inteligência artificial pode usar as imagens do ator para criar cenas em que ele aparece falando. É como se Willis tivesse um gêmeo virtual, de fato.

De acordo com o jornal The Telegraph, Bruce Willis vendeu os seus direitos de imagem para a Deepcake, empresa americana especializada justamente em “deepfakes do bem”.

Não dá para afirmar que esse clone digital poderá substituir o ator em tudo o que é cena. Mas podemos supor que cenas específicas, que não envolvem muitos movimentos, por exemplo, podem ser criadas com um nível de realismo elevado, a ponto de ser difícil separar o que é montagem do que é real.

Bruce Willis já teve experiência com deepfake

Não está claro quando e se, de fato, Bruce Willis aparecerá em alguma produção por meio de deepfakes. Mas sabe-se que o ator já teve experiência com isso e aprovou o resultado.

No ano passado, o ator… melhor, dizendo, um deepfake do ator participou de uma série de comerciais veiculados na Rússia. O vídeo abaixo é um exemplo. Ali, Willis aparece falando russo. O realismo é tão grande que é difícil acreditar que o ator nunca esteve ali de verdade.

Os deepfakes do ator nos vídeos russos foram gerados graças a uma parceria entre o ator e — adivinhe — a Deepcake. Isso significa que o novo acordo valerá somente para comerciais? Talvez. De todo modo, a tecnologia não é novidade para as grandes produções da TV ou cinema.

Ator “ressuscitado”

Com autorização da família, um deepfake “ressuscitou” James Dean para o filme Finding Jack, previsto para chegar às telas em 2023. O ator faleceu em 1955.

Algo semelhante aconteceu em Rogue One, mas não exatamente com um deepfake. No filme, o rosto da Princesa Leia, interpretada originalmente por Carrie Fisher, foi reconstruído por meio de CGI.

Só que o resultado não foi muito convincente, tanto que, no YouTube, é possível encontrar vídeos (como este) mostrando a cena em que ela aparece sendo refeita via deepfake.

Mas, lembre-se: a técnica ainda é usada, majoritariamente, para fins maliciosos. Por isso, saber identificar um deepfake continua sendo importante.

Bruce Willis pode voltar a atuar graças a uma tecnologia de deepfake


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