Macro, teleobjetiva, ultrawide, ToF: para que servem as lentes do celular?


O tempo passou e os celulares saíram de uma única câmera para dois, três, quatro e até cinco sensores. Essa evolução trouxe diversos benefícios, como a possibilidade de capturar fotos com ângulos mais aberto e de objetos pequenos. No entanto, a existência de muitas lentes pode causar uma certa confusão na hora de comprar um novo smartphone. Por isso, vou te explicar para que servem cada uma delas.

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Para que servem as lentes do celular? (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Principal

Foto tirada com a câmera principal do Galaxy S21 FE (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A câmera principal costuma ser a mais usada no dia a dia. É nesse sensor que as fabricantes investem mais em tecnologias e recursos, como inteligência artificial e abertura menor para maior captação de luz. O objetivo é simples: aumentar a qualidade das fotos a cada novo lançamento.

Normalmente, essa lente pode ser identificada com certa facilidade, pois costuma ter uma quantidade maior de megapixels quando comparada as outras. Ou seja, na maior parte do tempo, é a câmera principal que faz o trabalho de registrar seus momentos importantes.

Smartphones com essa lente: basicamente todos disponíveis no mercado.

Grande-angular, ultra-wide ou ultra-angular

Foto tirada com a câmera ultra-wide do iPhone 13 Mini (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Apesar de ter vários nomes, o papel da lente grande-angular é o mesmo: capturar imagens com ângulo mais aberto, possibilitando assim o registro de uma quantidade maior de elementos, pessoas ou trechos de uma paisagem. O ângulo depende da fabricante, mas normalmente é próximo dos 118 graus.

Imagine que esse sensor é o equivalente a, por exemplo, dar alguns passos para trás para conseguir ter um campo de visão mais aberto, dando a impressão de que o usuário está mais afastado. Fotos tiradas com essa câmera podem apresentar uma pequena distorção nas bordas, mas em boa parte dos casos, o software consegue aplicar correções para torná-la quase imperceptível.

Smartphones com essa lente: iPhone 13 Mini, Galaxy S21, Xiaomi 12, Galaxy A53 5G e Moto G52.

Teleobjetiva ou telefoto

Foto tirada com zoom de 10x do Galaxy S22 Ultra (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A lente teleobjetiva ou telefoto trabalha de forma inversa à grande angular. Enquanto a ultra-wide expande o ângulo para caber mais elementos, esse sensor aplica um zoom para aproximar o quadro e capturar uma foto próxima da pessoa ou do objeto de assunto, sem que o usuário precise se aproximar fisicamente.

Dependendo do modelo, é possível aplicar um zoom óptico, digital ou híbrido. A primeira opção faz a aproximação refletindo a luz em um conjunto de lentes para diminuir a perda de qualidade, enquanto a segunda usa o próprio software apenas para “esticar” o quadro e entregar um efeito semelhante, resultando em imagens inferiores. O híbrido, por sua vez, mescla os dois para entregar fotos ainda melhores.

Em alguns aparelhos, esse tipo de lente também é usada para criar o efeito de “modo retrato”, que deixa o fundo da foto borrado e destaca o rosto da pessoa, ou para capturar imagens de objetos pequenos, aproximando-os para obter mais detalhes.

Smartphones com essa lente: iPhone 13 Pro Max, Galaxy S22 Ultra, Galaxy A72, Xiaomi 11 Lite 5G NE e Xiaomi 12.

Monocromático

Foto tirada com a lente monocromática do OnePlus 9 Pro (Imagem: Reprodução/GsmArena)

Diferente dos sensores coloridos, o monocromático só permite capturar imagens em preto e branco. Apesar dele não ser tão popular quanto os outros, várias fabricantes conhecidas já o adotaram. Essa lente se destaca por conseguir reunir mais detalhes do que seria possível com o sensor colorido (RGB).

Isso acontece porque, no monocromático, as fotos entregam um alcance dinâmico maior. Assim, o celular pode capturar a luz de uma maneira mais eficiente, sem o filtro de cores na frente. Imagens registradas por essa lente oferecem uma taxa de tons, nitidez e contraste melhor.

Smartphones com essa lente: OnePlus 9 Pro, Infinix Note 10 Pro, OnePlus 8T e OnePlus 9R.

Macro

Foto tirada com a câmera macro do Galaxy A53 5G (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Como o nome sugere, a proposta da lente macro é tirar fotos de objetos próximos. Esse sensor entrega uma distância focal muito curta, permitindo que o usuário se aproxime do elemento para capturar imagens com uma quantidade maior de detalhes, muitas vezes imperceptíveis até mesmo a olho nu.

Apesar de interessante, as fabricantes não costumam investir muito nesse tipo de lente. Por isso, a maioria entrega menos megapixels e um sensor de menor qualidade, resultando em fotos decentes apenas em ambientes com luz favorável.

Smartphones com essa lente: Galaxy A53 5G, Realme GT 2 Pro, Poco F4 GT, Realme GT Master Edition e Poco X3 Pro.

Profundidade

Sensor de profundidade do Redmi Note 11 auxilia no desfoque (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O sensor de profundidade é responsável por criar o efeito de “fundo borrado” no modo retrato. A lente trabalha fazendo uma leitura tridimensional para calcular a profundidade de campo do ambiente e entender qual é a posição dos objetos. Assim, o aparelho consegue combinar várias imagens para produzir o desfoque.

No entanto, esse sensor não é usado apenas para isso. Na verdade, ele também serve para renderizar melhor imagens de aplicativos que usam realidade aumentada. Ao contrário de outras lentes, a de profundidade não pode ser ativada manualmente pelo usuário. Isso significa que ela só “entra em ação” quando o software realmente precisa.

Smartphones com essa lente: Redmi Note 11, Galaxy A73 5G, Galaxy A33 5G e Motorola Edge 30 Pro.

ToF (time of flight)

iPhone 13 Pro Max tem um sensor ToF (Imagem: Divulgação/Apple)

A tecnologia ToF (time of flight, ou tempo de voo em português) costuma ser embarcada em celulares topos de linha. A função do sensor é fazer um mapeamento 3D para determinar a distância entre objetos a partir da emissão de luz.

Funciona assim: o sistema consegue calcular o que está no “plano de fundo” usando um pulso de luz infravermelho emitido pelo próprio sensor, que reflete na imagem captada e volta para a lente interna. Com base no tempo do retorno, o aparelho consegue entender o que está mais longe e o que está perto.

Além de melhorar a captura de fotos no modo retrato, a tecnologia também é aplicada em sistemas de biometria por reconhecimento facial 3D e em aplicativos de realidade virtual ou aumentada.

Smartphones com essa lente: iPhone 13 Pro Max, Huawei P30 Pro e Galaxy S10 5G.

Periscópio

Funcionamento da lente periscópio (Imagem: Divulgação/Samsung)

O nome não é apenas marketing: a lente periscópio foi realmente inspirada no periscópio, um objeto de origem militar usado em tanques de guerra para observar a aproximação de inimigos na parte externa do veículo. O propósito desse sensor é aplicar uma grande quantidade de zoom sem perder muitos detalhes.

Para que isso ocorra, dentro do módulo de câmera, algumas lentes são colocadas em uma posição perpendicular em relação ao sensor do aparelho. Apenas uma lente é inserida na parte de trás do celular e, abaixo dela, existe um prisma que reflete a luz em 90 graus até o sensor, mas não antes que essa luz passa por outras lentes.

O efeito de zoom acontece porque o celular utiliza um mecanismo magnético que desloca as lentes de acordo com a necessidade de aproximação, deixando o objeto mais perto ou mais longe. Apesar de o funcionamento ser semelhante ao da lente telefoto, a câmera periscópio entrega uma tecnologia mais avançada para evitar a perda de informações.

Smartphones com essa lente: Galaxy S22 Ultra 5G, Huawei P50 Pro, Galaxy Note 20 Ultra 5G e Xiaomi Mi 11 Ultra.

Macro, teleobjetiva, ultrawide, ToF: para que servem as lentes do celular?


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